Os Sarcodina de interesse médico estão incluídos em quatro famílias: Entamoebidae, Hartmannelidae, Amoebidae e Naegleriidae. A família Entamoebidae, cujos representantes se compõem quase só de parasitos, abrange todas as amebas parasitos, patogênicas ou não, do homem e dos animais. As demais famílias mencionadas, contendo espécies quase exclusivamente de vida livre, tem também importância médica porque alguns dos seus representantes podem desenvolver atividade patogênica no homem.
A E. histolytica apresenta duas fases no seu ciclo evolutivo: 1. Fase trofozoítica ou vegetativa (vive no intestino grosso ou nas últimas porções do íleo, movimentando-se, fagocitando e digerindo seu alimento e multiplicando-se por divisão binária); 2. Fase cística (ela se imobiliza, deixa de fagocitar, rodeia-se de uma membrana resistente – membrana cística – e vive à custas de substâncias de reserva acumulada durante a fase anterior, sobretudo substâncias protéicas e hidrocarbonadas).
As lesões produzidas pela E. histolytica localizam-se na mucosa e submucosa do intestino grosso. Sua distribuição relaciona-se com a estase do conteúdo cólico e ocorre na seguinte ordem, decrescente: ceco, cólon ascendente, reto, sigmóide e apêndice. Constituem-se em pequenas áreas edematosas, hiperêmicas, do tamanho de uma cabeça de alfinete ou de pequenas pápulas amareladas. O espectro infeccioso na amebíase varia desde a infecção assintomática do portador sadio até os casos abruptos e graves de abdome agudo.
São numerosos os medicamentos atualmente disponíveis para o tratamento da amebíase. De conformidade com a sede do seu efeito terapêutico máximo e com o modo de ação sobre a E. histolytica, eles podem ser resumidos conforme os pontos ou modos de ação:
1. Amebicidas de ação direta, não-absorvíveis e eficazes na luz intestinal: derivados da hidroxiquinoleína, derivados arsenicais, haloacetaminas.
2. Amebicidas de ação indireta, eficazes na luz e na parede do intestino: antibióticos.
3. Amebicidas de ação tissular, eficazes não só na parede do intestino como também no fígado: emetina, desidroemetina, tetra-amino-quiloneínas (cloroquina).
4. Amebicidas eficazes em todas as localizações: derivados imidazólicos.
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